
Eu estava lá, e fui impedido de falar no final da sessão, como sempre foi meu hábito, quando havia democracia. Parece, agora, que estamos a voltar aos resquícios de outrora.
Como cidadão consciente e responsável, sempre assistia aos debates da Assembleia Municipal. Nos últimos tempos há muito que não o fazia. Resolvi hoje comparecer no horário certo, estando disposto a acompanhar os trabalhos até ao fim, para no final colocar à consideração um assunto que há muito me vem incomodando como cidadão e como munícipe. Não tive sorte.
Queria primeiro apresentá-lo à digníssima Assembleia antes de tomar qualquer posição sobre o assunto, aqui neste mesmo blogue, para que todos os meus conterrâneos tivessem dele conhecimento para que não dissessem, mais tarde, que primeiro deveria ter indagado a quem de direito, o que se passava sobre o mesmo. Era a altura ideal, o digníssimo presidente da Autarquia estava presente na sala, estando, talvez, disposto a dar todos os esclarecimentos.
Fui obrigado a assistir a todos os esclarecimentos sobre o que se passa, por parte do senhor Presidente da Autarquia sobre os terrenos onde está construído o campo do Juventude Desportiva Monchiquense e que tanta polémica tem gerado com a oposição, em volta do mesmo. O assunto já foi aqui tratado neste mesmo blogue sobre o título os “SOBREIROS DA DISCÓRDIA” no dia 19-06-2007, e no qual se tornou fastidioso, e pouco proveitoso, assistir a todas as explicações sobre o mesmo tema.
Antes de começar a sessão, eu estava lá, fui o primeiro a chegar, não me serviu de nada. Ainda antes das 21h30 quando ainda não estavam todos os membros da Assembleia, o Presidente da mesma, informou quem estivesse para falar que tinha que se inscrever numa ficha de inscrição, com os dados pessoais. Só não disse quando seria esse momento, e em que altura da sessão, se no princípio, no intervalo ou no fim. Antigamente quando assistia às reuniões não havia essas regras tão rígidas e intimidatórias.
São cada vez menos os cidadãos que se interessam por política em Monchique, e com tantos entraves não admira que só estivessem a assistir fazendo parte do público, três cidadãos, que chegaram muito depois de mim, e se os mesmos revelassem qualquer intenção de questionar a Assembleia, teriam de certeza a mesma sorte que eu.
Para tirar dúvidas e por começar a desconfiar que havia uma intenção deliberada de não dar voz aos cidadãos, fiz sinal ao presidente por gestos a dizer que me queria inscrever, ao que o mesmo me fez um sinal que não.
Só me restava esperar pelo fim e voltar a questionar de novo o Presidente, o que veio a acontecer, ao que o mesmo informou que já não o podia fazer, e que estava ali para cumprir os regulamentos e que para isso era o arbitro, ao que eu retorqui que o mesmo estava a ser um árbitro muito rigoroso.
Ainda tentei demovê-lo da situação, questionando se o mesmo não deveria colocar à votação da Assembleia para que houvesse uma votação, entre todos os membros, se concordavam ou não para que eu pudesse falar.
O mesmo, peremptoriamente, disse que não!
Resolvi abandonar a sala, revoltado, por ver como a democracia está a ser tratada no meu Concelho, mas sem antes dizer que era autor do blogue Mons Cicus, entregando-lhe um cartão, com a morada do mesmo, que ele desconhecia, e que iria relatar todos os acontecimentos passados. Ao que o mesmo retorquiu se eu dissesse a verdade, não havia mal nenhum.
Mais tarde fui informado por um conterrâneo, por telefone, que estava presente também na reunião, que o senhor Mário David, digníssimo membro da mesa da Assembleia Municipal, tinha informado o também digníssimo Presidente da Assembleia, que eu teria proferido que o Presidente era um asqueroso. Ao que o Presidente deu a indicação, para que o mesmo ficasse lavrado em acta.
Espero que haja um gravador e que tivesse ficasse registado todos os meus comentários. Só espero que no final não venham dizer que o gravador estava avariado!
Porque quero que todos saibam como é praticada esta Democracia que já leva 24 anos no nosso Concelho, e dizer a esse senhor, cara a cara, como ele é um grande mentiroso e não merece fazer parte da Assembleia Municipal, e é por haver cidadãos como ele, e outros que tais, que a nossa democracia está, cada vez mais, a ser posta em causa.