01/12/07

A PROFISSÃO DE ALBARDEIRO!


ESTÁ PRATICAMENTE EXTINTA!

Virgílio Rodrigues Correia, também conhecido por Virgílio “Albardeiro”, devido à sua profissão, foi o último mestre albardeiro em Monchique. Nasceu em 1929. Faleceu no ano de 2000. Nas décadas de 1940-1960 houve aqui em Monchique os mestres José Leandro Correia e Joaquim Nicolau Correia, todos da mesma família.

Esta era uma arte muito antiga, que passava de geração em geração em famílias com a profissão de albardeiros, quer através de pais para filhos, ou até de tios para sobrinhos, como foi o caso de Virgílio Correia que aprendeu a profissão com um tio. Em Monchique esta profissão tinha grandes tradições.

Em 1986 ano em que a foto foi tirada, já a profissão estava em decadência total, adivinhava-se o seu fim a breve prazo, já que não havia aprendizes para continuar a profissão.

O progresso era adverso à continuidade da profissão, os clientes já eram poucos e até as fábricas outrora pródigas em fornecer material, deixaram de fabricar alguns materiais necessários para a execução de uma albarda, como era o caso da linhagem.

Para executar uma albarda era necessário, a palha, fio, cordas, cabedal e lãs coloridas, para ornamentar o aparelho. As ferramentas usadas eram tesouras, facas, vários tipos de agulhas e ainda um ferro especial.

O albardeiro tinha de ter a destreza necessária para saber tirar as medidas ao dorso do animal e também aprová-las depois. Fazer uma albarda com 1 ou 2 centímetros a mais, fazia uma grande diferença para o bem-estar do animal, quando o mesmo transportava grandes cargas.

As albardas eram colocadas no dorso dos animais, como ainda hoje acontece, mas onde é cada vez mais raro ver os burros a transportar mercadorias e pessoas, podendo deste modo os animais serem mais confortavelmente montados. Além dos albardeiros também havia os arreiros que na maioria dos casos funcionavam juntos.

Com o falecimento de Virgílio “Albardeiro”, o Concelho perdeu o último mestre desta arte ancestral e Monchique ficou mais pobre.

4 comentários:

Anónimo disse...

gostei de ver esta foto do meu falecido pai,a unica em que ele estava a trabalhar na sua profissao.obrigado ao sr sonhador por a ter encontrado e a ter publicado

Anónimo disse...

Os animais como o da figura eram seguramente mais populares, mas atractivos, e mais românticos do que os carros, jipes e motas, barulhentos, fedorentos e invasores do nosso espaço.
JP

Anónimo disse...

olha o Virgílo"Leão"...só "morre" quando o esquecermos de todo...

antonio V. Costa

Anónimo disse...

Ali estava o último dos moicanos fazendo mais uma albarda...o meu avô Vergílio.


Veja as fotos que se encontram, em baixo, no final do blogue!

Todas as fotos são referentes ao concelho de Monchique!

as mesmas são propriedade deste blogue e do seu autor

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