
E também no tempo actual!
Era assim que os burros, antigamente, eram utilizados: como meio de transporte pessoal e de trabalho, assim como na lavoura. Os almocreves, profissão que também já se extinguiu, faziam desse trabalho um complemento para a sua sustentação. Encarregavam-se de transportar a cortiça, que era retirada de locais de acesso difícil, através de trajectos sinuosos para os locais apropriados, afim de a cortiça ser transportada ao seu destino.
Em todas as famílias há sempre os mais infelizes, se fossem cavalos estariam estimados, acarinhados, bem tratados e úteis, assim como já não há grande utilidade para eles, os mesmos são desprezados. Mas mesmo assim há excepções e a prová-lo está esta pequena história um pouco infeliz, e triste, acerca dum burro.
Um dia resolvi colocar um post com a fotografia dum burro. Veja aqui. Lembrei-me então de procurar uma pessoa amiga que sempre tinha tido burros ao longo da sua vida, mesmo sabendo que, no momento presente, a mesma já não precisava deles. Será que a mesma ainda teria algum burro? Era a interrogação que pairava na minha mente.
Não me enganei. A pessoa amiga tinha um burro que o estimava como se fosse da família. O mesmo já não tinha trabalho para fazer, apenas tinha boa vida. Comia, descansava, pastava, e tinha uma habitação com toda a dignidade onde ficava alojado. Enfim tinha uma vida de rei para a sua espécie.
Depois de ter tirado várias fotos, e agradecido, nunca mais soube nada do mesmo. Um dia aparece-me a dita pessoa amiga, muito triste, a dizer-me se eu não lhe fazia um favor: Sabe o meu burro morreu, dizia ela, e eu tive tanto desgosto, que me lembrei de si, para perguntar-lhe se ainda tem alguma foto do mesmo, porque gostava tanto de ter uma recordação dele. Tinha-lhe tanta amizade como a uma pessoa de família.
Escusado será dizer que foi um enorme prazer para mim dizer-lhe que sim, e que iria dar-lhe uma foto em tamanho grande do mesmo. Foi para ela uma alegria enorme, que se via bem estampada no rosto, quando lhe entreguei a foto, dizendo-me logo que ia fazer um quadro para o pendurar na parede.
A amizade com amizade se paga! Só o burro com tanto carinho, e amizade, mas não fazendo exercício, tal como os humanos, e levando uma vida sedentária, morreu. Será que essa boa vida contribuiu para a sua morte? Ao contrário deste, que fartando-se de trabalhar, continua em boa forma!
A grande interrogação é esta: Agora ainda vai havendo muitos burros que os mais velhos vão tratando, acarinhando e estimando, mesmo não precisando deles, mas quando os mais velhos desaparecerem, será que os filhos dos mesmos, ainda vão ter pachorra para tratar destes animais com o mesmo carinho que os seus progenitores tratavam?
Esta é de certeza uma pergunta de difícil resposta!
Era assim que os burros, antigamente, eram utilizados: como meio de transporte pessoal e de trabalho, assim como na lavoura. Os almocreves, profissão que também já se extinguiu, faziam desse trabalho um complemento para a sua sustentação. Encarregavam-se de transportar a cortiça, que era retirada de locais de acesso difícil, através de trajectos sinuosos para os locais apropriados, afim de a cortiça ser transportada ao seu destino.
Em todas as famílias há sempre os mais infelizes, se fossem cavalos estariam estimados, acarinhados, bem tratados e úteis, assim como já não há grande utilidade para eles, os mesmos são desprezados. Mas mesmo assim há excepções e a prová-lo está esta pequena história um pouco infeliz, e triste, acerca dum burro.
Um dia resolvi colocar um post com a fotografia dum burro. Veja aqui. Lembrei-me então de procurar uma pessoa amiga que sempre tinha tido burros ao longo da sua vida, mesmo sabendo que, no momento presente, a mesma já não precisava deles. Será que a mesma ainda teria algum burro? Era a interrogação que pairava na minha mente.
Não me enganei. A pessoa amiga tinha um burro que o estimava como se fosse da família. O mesmo já não tinha trabalho para fazer, apenas tinha boa vida. Comia, descansava, pastava, e tinha uma habitação com toda a dignidade onde ficava alojado. Enfim tinha uma vida de rei para a sua espécie.
Depois de ter tirado várias fotos, e agradecido, nunca mais soube nada do mesmo. Um dia aparece-me a dita pessoa amiga, muito triste, a dizer-me se eu não lhe fazia um favor: Sabe o meu burro morreu, dizia ela, e eu tive tanto desgosto, que me lembrei de si, para perguntar-lhe se ainda tem alguma foto do mesmo, porque gostava tanto de ter uma recordação dele. Tinha-lhe tanta amizade como a uma pessoa de família.
Escusado será dizer que foi um enorme prazer para mim dizer-lhe que sim, e que iria dar-lhe uma foto em tamanho grande do mesmo. Foi para ela uma alegria enorme, que se via bem estampada no rosto, quando lhe entreguei a foto, dizendo-me logo que ia fazer um quadro para o pendurar na parede.
A amizade com amizade se paga! Só o burro com tanto carinho, e amizade, mas não fazendo exercício, tal como os humanos, e levando uma vida sedentária, morreu. Será que essa boa vida contribuiu para a sua morte? Ao contrário deste, que fartando-se de trabalhar, continua em boa forma!
A grande interrogação é esta: Agora ainda vai havendo muitos burros que os mais velhos vão tratando, acarinhando e estimando, mesmo não precisando deles, mas quando os mais velhos desaparecerem, será que os filhos dos mesmos, ainda vão ter pachorra para tratar destes animais com o mesmo carinho que os seus progenitores tratavam?
Esta é de certeza uma pergunta de difícil resposta!
2 comentários:
Sou um admirador rendido a este blog. Passar por aqui é tomar contacto com a realidade e com o passado da minha terra. É a prova de que a vida é feita do equilibrio entre os factos do dia-a-dia e a saudável recordação do passado.
Estes burros trouxeram-me à memória, entre outras coisas, os passeios com a minha avó Luz, desde a vila até aos Pontalinhos, para visitar a sua afilhada Ti Teresa (dos Pontalinhos...).
Obrigado!
A escala Global,talvez seja até hoje o melhor amigo do ser humano!
E de burro ñ tem nada!
Teimoso sim,..normalmente imita o dono.
Até a Biblia ñ o despensou,N.Senhora teve-o como seu transporte até á "maternidade"!
Um lugar parecido como a nossa Serra,é as Montanhas do Riff,em Marrocos.Parece os nossos anos 30/50,lá o BURRO,é a principal força motriz..ainda.
São culturas aparentadas no aspecto ambiento-culturais.
O Amigo Asno merece uma estátua...mas nem sempre os bons são premiados!
É também o exemplo de sobriedade,qualquer "coisa"o sustenta.
Se for verdade que " a função faz o órgão"...estamos tramados o burrinho vai extinguir-se...!
Sem touradas já não existiriam os touros bravos!
Bem hajam todos os burros
Emir
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