25/04/09

O 25 DE ABRIL E OS SEUS CAMINHOS!

(clique em cima da imagem para ampliar)

Os tortuosos caminhos da liberdade!

Os caminhos da liberdade estão a tornar-se cada vez mais afunilados. Portugal volvidos 35 anos após a revolução dos cravos vive, mais do que nunca, numa ilusão de liberdade diria mesmo numa falsa liberdade. O espírito do 25 de Abril está cada vez mais longe. Apenas se cumpriu no fundamental: temos liberdade de expressão e podemos votar para eleger os nossos representantes democraticamente.

No entanto temos uma democracia cada vez mais imperfeita, onde as desigualdades são cada vez mais evidentes. Mas quem viveu no passado sabe que é incomparavelmente melhor do que a ditadura que nos foi imposta no Estado Novo. A maioria do povo jamais almejaria um regresso ao passado, um regresso ao “24 de Abril”, mesmo sabendo que a suposta liberdade conquistada com a revolução dos cravos nunca o chegou a ser verdadeiramente na sua essência.

Para muitos, passados 35 anos de democracia, foi efectivamente um sonho e a maior conquista das suas vidas. Para outros essa liberdade tornou-se um pesadelo e uma derrota da própria liberdade do Povo. Hoje vivemos dias difíceis por consequência da falência dum sistema capitalista que originou este descalabro económico global. Mas é sobretudo no nosso País que estamos assistindo a uma total falta de consenso nas leis que estão sendo feitas para combater a crise, e não se percebe, muito bem, quais os seus reais objectivos, o que nos deixa seriamente apreensivos e preocupados quanto ao futuro.

Estamos a atravessar uma fase de grande desânimo, com a economia de rastos, as falências a acontecer todos os dias e os milhares de desempregados que não param de aumentar. Em face deste cenário tão pessimista, o povo demite-se de participar na democracia e vive desacreditado nos partidos políticos e da política. A democracia vai ter muita dificuldade em sobreviver num País em que as pessoas estão a empobrecer repentinamente.

Por isso, agora, mais do que nunca temos um caminho difícil a percorrer. Se houver uma tentação para uma deriva totalitária já nada podemos fazer para fugir ao controlo electrónico que o estado tem ao seu dispor. A nossa vida passa a ser conhecida e esmiuçada ao pormenor como os antigos bufos da PIDE nunca um dia sonharam. E é nesta falta de reacção dos cidadãos, desta passividade de tanta gente que se pode abrir o caminho para o despotismo e a concentração do poder de um qualquer candidato a ditador.

Aproxima-se dentro de pouco mais de um mês, 7 de Junho, as próximas eleições para o parlamento europeu. Outras virão logo a seguir. Já se fazem cálculos à estimada abstenção que aí vem. Todos temos o dever de votar, e se não o fizermos isso representa o maior perigo para a democracia. Mal vai uma democracia quando o maior partido é precisamente o da abstenção. É preciso não esquecer que no passado só alguns dos cidadãos eram convocados para poder votar. Há muitos que parecem ter memória curta.

É tempo de não nos deixarmos vencer pelo desânimo, é tempo de continuarmos a votar até conseguirmos uma renovação na classe política em todos os níveis do poder, desde o central ao poder local, para que possa de novo haver esperança numa mudança de políticas que possa servir superiormente os interesses do País e do seu Povo.

3 comentários:

Anónimo disse...

A liberdade é um dos dons mais preciosos que o céu deu aos homens. Nada a iguala, nem os tesouros que a terra encerra no seu seio, nem os que o mar guarda nos seus abismos. Pela liberdade, tanto quanto pela honra, pode e deve aventurar-se a nossa vida. Miguel Cervantes.

Para que possa estar bem com a minha consciência nas próximas eleições vou votar no bloco de esquerda. Já que não posso fazer mais nada, ao menos que o meu voto possa servir para lavrar o meu livre protesto de descontentamento por tudo o que está a acontecer de mau no meu País.

Crameia disse...

Comemorar o 25 de Abril é um acto de resistência.
A contra-revolução "matou" o sonho, a que chamaram utopía, com apenas 19 meses.
A contra-revolução tem nomes e rostos. Ocupam quase todos os cargos publicos de relevo. Com uma assinalavel eficácia conseguem levar a água ao seu moínho. Tornando os ricos mais ricos e os pobres mais pobres, para que estes sirvam melhor os outros sem contestação. Isto só é possivel graças ao baixo nível de ilíteracia do nosso povo. Com o «reflexo condicionado» dificilmente se conseguirá uma «regressão» como terapia para este «recalcamento».

Laurinda disse...

Nunca houve e continua a não haver democracia em Portugal na verdadeira acepção da palavra. Democracia significa governo em que o povo exerce a soberania. O que acontece é que o povo apenas, e só, elege os deputados como seus legítimos representantes. Mas na prática acaba tudo por ser pervertido.

Os 230 deputados que dizem representar os 10 milhões de portugueses, representam apenas 30 ou 40, que são as pessoas que integram as direcções dos partidos com assento parlamentar, e são essas que os deputados representam. É-lhes imposto uma disciplina de voto e eles apenas obedecem ao partido.

E a melhor prova do que aconteceu, entre outros exemplos, foi o que sucedeu agora com o partido socialista que se mostrou indisponível para viabilizar as propostas da oposição que visavam o combate ao enriquecimento ilícito. Os deputados sabem se não obedeceram, ficam de fora das listas, nas próximas eleições e os seus nomes são obviamente eliminados das mesmas.

Só uma profunda alteração do sistema eleitoral para que os cidadãos possam se organizar e concorrer fora do quadro partidário da assembleia da república poderia alterar estes comportamentos. Mas como sabemos, também hoje tal como ontem, isso continua a ser uma utopia que os próprios partidos jamais irão permitir.

Por isso é que as maiorias de um só partido ainda tornam tudo mais difícil para se conseguir um consenso. Acaba por ser a cúpula de um só partido a decidir a vontade da maioria dos 10 milhões de portugueses. E quando os interesses não são coincidentes, o que raramente acontece, quem sai a ganhar é apenas uma minoria com todos os seus interesses subjacentes. Por isso as maiorias são tão desejadas mas apenas para aqueles que já exercem o poder.


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as mesmas são propriedade deste blogue e do seu autor

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