“ROTA DA CASTANHA”
Pela quarta vez consecutiva, a Serra de Monchique prepara-se para receber os amantes do todo-o-terreno, que irão participar no “Passeio TT Serra de Monchique – Rota da Castanha”, evento organizado pelo Monchique Montanha Clube.
Uma vez mais, é proposto aos participantes um fim-de-semana diferente, percorrendo as serranias montanhosas e as densas florestas que contagiam pelos seus ares saudáveis e retemperadores e pela sua magnificência natural.
Quem decidir rumar à pacata vila serrana nestes dois dias e deixar para trás a azáfama do litoral citadino, terá oportunidade de conhecer o que o Algarve interior tem de melhor para mostrar, a começar pelas suas ricas e puras águas que se podem beber directamente das muitas nascentes espalhadas pelo concelho.
O grande objectivo da organização, na realização deste passeio turístico, é promover e valorizar a cultura e os saberes tradicionais, como a gastronomia local, assim como outras actividades ligadas ao mundo rural, para além de mostrar os admiráveis recantos da floresta, pintados em infindáveis tons de verde, com especial destaque para os Castanheiros que nesta altura dão o seu precioso fruto, que outrora influenciou a gastronomia e economia locais, e que agora dá também nome a este evento.
Da gastronomia local, muito diferente do litoral, destacam-se os enchidos como a farinheira, a chouriça, a morcela ou o molhe, e um variado leque de pratos à base de carne de porco e caça. Ao nível da doçaria, o bolo de tacho é rei, mas existem outros doces à base de mel, como o pudim de mel, que fazem justiça ao melhor mel de rosmaninho que se produz nesta serra.
Com tão pesado repasto, os participantes terão oportunidade de degustar um saboroso “mosquitinho” de Medronho para ajudar à digestão e para perceber por que razão esta bebida de tradição secular, continua a passar de geração em geração e as “destilas” construídas em taipa, continuam de pé, pois é aí que, num autêntico ritual de família, se continua a produzir o melhor medronho do mundo, apesar dos burocratas europeus quererem condenar esta tradição à clandestinidade ou ao seu fim.
A Serra de Monchique é senhora de grandes tradições e prova disso são os trabalhosos socalcos que deixam perceber um rico passado agrícola, que ainda continua a ser o sustento de algumas famílias. Pessoas que trabalham de sol a sol para dar à terra um riscado de esperança, num gesto de fé, confiando numa boa colheita.
Por entre os montes, avistam-se ainda muitas casas isoladas, onde se respira a tranquilidade de um tempo que teima em não passar. Entre a encosta da Picota e da Foia, avista-se a pitoresca Vila de Monchique, com as suas ruas estreitas e sinuosas, com recantos coloridos e as tão características e imponentes chaminés-de-saia.
Na freguesia do Alferce, sente-se o cheiro dos abundantes e verdejantes matos e altas estevas que só se deixam ultrapassar pelos medronheiros carregados do seu precioso fruto – o medronho. Aqui também é possível avistar alguns dos poucos exemplares existentes da rainha dos céus – a águia de Bonelli, que sobrevoa estas serranias em busca de um coelho para se alimentar.
Marmelete, outra freguesia que o “Road Book” ajuda a descobrir por entre extensas matas de eucalipto e majestosos sobreiros de onde se extrai a melhor cortiça, é também um local obrigatório para uma breve paragem. Aí, onde a arte de bem receber se prova à mesa de umas filhós e de um cafezinho de “mort-porc”, lembram-se aqueles dias de festa em que a matança do porco constituía um dia de confraternização e encontro da família e dos vizinhos. Hoje, Monchique já dispõe de modernas fábricas de enchidos que preservam a tradição e o sabor dos nossos antepassados, levando a que esta prática esteja já em desuso.
A terminar este passeio, momentos de verdadeira contemplação, levam os participantes a apreciar locais de beleza única na freguesia de Marmelete, como algumas passagens por ribeiras, assim como vastas zonas de socalcos onde nascem já os eucaliptos novos que ajudarão esta gente corajosa a recuperar as suas economias levadas pelo fogo.
A subida até ao pico da Foia, o ponto mais alto a sul do Tejo, com mais de 900 metros de altitude será o momento alto do evento, não fosse este um dos locais mais belos do país. Um verdadeiro ex-libris da Serra de Monchique e um local obrigatório a visitar, até porque daí se avista grande parte da costa algarvia.
A equipa do Monchique Montanha Clube espera uma boa participação neste passeio turístico, e está a ultimar todos os pormenores com o entusiasmo de quem vê neste tipo de eventos uma salutar oportunidade de tirar proveito das enormes potencialidades turísticas deste Algarve muitas vezes esquecido, potenciando desta forma um desenvolvimento auspicioso, sustentado na riqueza cultural e natural da Serra de Monchique.
Monchique, 8 de Outubro de 2007
Pela Organização
Rui André
O grande objectivo da organização, na realização deste passeio turístico, é promover e valorizar a cultura e os saberes tradicionais, como a gastronomia local, assim como outras actividades ligadas ao mundo rural, para além de mostrar os admiráveis recantos da floresta, pintados em infindáveis tons de verde, com especial destaque para os Castanheiros que nesta altura dão o seu precioso fruto, que outrora influenciou a gastronomia e economia locais, e que agora dá também nome a este evento.
Da gastronomia local, muito diferente do litoral, destacam-se os enchidos como a farinheira, a chouriça, a morcela ou o molhe, e um variado leque de pratos à base de carne de porco e caça. Ao nível da doçaria, o bolo de tacho é rei, mas existem outros doces à base de mel, como o pudim de mel, que fazem justiça ao melhor mel de rosmaninho que se produz nesta serra.
Com tão pesado repasto, os participantes terão oportunidade de degustar um saboroso “mosquitinho” de Medronho para ajudar à digestão e para perceber por que razão esta bebida de tradição secular, continua a passar de geração em geração e as “destilas” construídas em taipa, continuam de pé, pois é aí que, num autêntico ritual de família, se continua a produzir o melhor medronho do mundo, apesar dos burocratas europeus quererem condenar esta tradição à clandestinidade ou ao seu fim.
A Serra de Monchique é senhora de grandes tradições e prova disso são os trabalhosos socalcos que deixam perceber um rico passado agrícola, que ainda continua a ser o sustento de algumas famílias. Pessoas que trabalham de sol a sol para dar à terra um riscado de esperança, num gesto de fé, confiando numa boa colheita.
Por entre os montes, avistam-se ainda muitas casas isoladas, onde se respira a tranquilidade de um tempo que teima em não passar. Entre a encosta da Picota e da Foia, avista-se a pitoresca Vila de Monchique, com as suas ruas estreitas e sinuosas, com recantos coloridos e as tão características e imponentes chaminés-de-saia.
Na freguesia do Alferce, sente-se o cheiro dos abundantes e verdejantes matos e altas estevas que só se deixam ultrapassar pelos medronheiros carregados do seu precioso fruto – o medronho. Aqui também é possível avistar alguns dos poucos exemplares existentes da rainha dos céus – a águia de Bonelli, que sobrevoa estas serranias em busca de um coelho para se alimentar.
Marmelete, outra freguesia que o “Road Book” ajuda a descobrir por entre extensas matas de eucalipto e majestosos sobreiros de onde se extrai a melhor cortiça, é também um local obrigatório para uma breve paragem. Aí, onde a arte de bem receber se prova à mesa de umas filhós e de um cafezinho de “mort-porc”, lembram-se aqueles dias de festa em que a matança do porco constituía um dia de confraternização e encontro da família e dos vizinhos. Hoje, Monchique já dispõe de modernas fábricas de enchidos que preservam a tradição e o sabor dos nossos antepassados, levando a que esta prática esteja já em desuso.
A terminar este passeio, momentos de verdadeira contemplação, levam os participantes a apreciar locais de beleza única na freguesia de Marmelete, como algumas passagens por ribeiras, assim como vastas zonas de socalcos onde nascem já os eucaliptos novos que ajudarão esta gente corajosa a recuperar as suas economias levadas pelo fogo.
A subida até ao pico da Foia, o ponto mais alto a sul do Tejo, com mais de 900 metros de altitude será o momento alto do evento, não fosse este um dos locais mais belos do país. Um verdadeiro ex-libris da Serra de Monchique e um local obrigatório a visitar, até porque daí se avista grande parte da costa algarvia.
A equipa do Monchique Montanha Clube espera uma boa participação neste passeio turístico, e está a ultimar todos os pormenores com o entusiasmo de quem vê neste tipo de eventos uma salutar oportunidade de tirar proveito das enormes potencialidades turísticas deste Algarve muitas vezes esquecido, potenciando desta forma um desenvolvimento auspicioso, sustentado na riqueza cultural e natural da Serra de Monchique.
Monchique, 8 de Outubro de 2007
Pela Organização
Rui André
9 comentários:
Boa iniciativa. Parabéns à organização pela excelente ideia. Temos que aproveitar o que esta terra tem de melhor.
O texto de Rui André está muito bom. Esta imagem é que se tem que dar da Monchique. Sublinhar as nossas tradições e a nossa riqueza.
Se tivesse um Jeep também ia ao passeio, assim faço votos de que corra bem.
João G.
Sempre que venho ao este blog tenho noticias da minha terra. Esta deixome bastante contente porque nao sabia que havia coisas destas na minha terrinha, pois esta ja é a quarta edição.
Por acaso, lembro-me de ter visto no restaurante Teresinha uma serie de jipes, e pensei que eram maluqueira, mas afinal estou a ver pelo que diz aqui que é uma coisa bem intensionada.
Os meus parabens á organização, que não sei quem são, mas quero dizer que estão a fazer um bom trabalho pela divulgação da nossa terra.
Bem hajam
Ana Pinto
Caro Sonhador,
Como posso saber mais sobre este passeio? Tenciono participar, mas gostaria de saber as condições, quanto custa, etc.
Depois de ler este texto, fiquei com água na boca.
Agradeço informação.
Anabela Jesus
Minha cara amiga tem todas as informações em:
www.monchiquemontanhaclube.com/
E boa participação.
Atenção que este Clube , é mais um COUTO do Tuta , vejam como ele paga o silencio deles , é dando dinheiro aos PPDs rabinos .
E o filho do Vereador apeado também faz parte da familia e o fiscal incompetente até lhe deram um GIPE .
Abram os olhos , acabem com a elite .
Infelizmente este é o País que temos, até as criticas aos comentários são anónimos!
São poucos os que querem assumir aquilo que comentam. Porque será?
Certamente quem assim fala nunca fez nada na vida. Alguem que tem dor de barriga por ver as coisas funcionarem. Deixem pelo menos esse grupo ir fazendo alguma coisa por esta terra. Continuem que gosto de acompanhar o vosso trabalho, que tem saido em todos os jornais dando a ideia de que em Monchique há coisas boas, e não so frustrados pela incompetencia do Tuta que chega tambem às pessoas.
Julio A.
De todas(e são pouquíssimas)as iniciativas que promovem a "reserva de índigenas",esta é sem dúvida a melhor.
A mais amiga do ambiente.
A mais lúdica,mais moderna e a mais benéfica para todos nós,que cá vamos resistindo á erosão económica e cultural e ao fatalismo de estarmos muito perto da grande Cidade.
Bem hajam,moços...afinal só cumprem o vosso dever,assim todos o cumprissem....
Já passaram pelas estradas depois dessa gente toda ter passado por lá e por onde mais gente tem de passar no seu dia-a-dia?
Gostaria de aplaudir a iniciativa mas não posso por isto mesmo.
Deveriam era tirar fotos antes de depois da passagem do dito passeio.
Luís Baiona
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