22/11/07

AUTARQUIA: ESTE PRÉDIO FOI DEMOLIDO PARA AQUI NASCER OS PAÇOS DO CONCELHO!



(clique em cima das fotos para ampliar)
Foi um prédio doado pelo Dr. José Júdice Samora Gil.

Após a morte do seu sobrinho o testamento estipulava que transitasse para a posse da Autarquia Monchiquense um prédio localizado na Rua Direita, hoje actual Rua Dr. Samora Gil. No mesmo testamento constava a obrigação da Câmara o ocupar até ao fim de um ano, se não o fizesse o mesmo reverteria para o património da Misericórdia de Monchique.

Criado em 1773, o Concelho de Monchique com sede municipal na Vila de Monchique, continuou três anos passados a não ter sede. A 6 de Agosto de 1824, passados 48 anos o concelho de Monchique continuava a não ter edifício próprio.

A Câmara teria estado instalada nos primeiros tempos na Rua do Açougue, depois passou para na Rua da Boa Vista, presumivelmente no ano de 1848, no edifício hoje remodelado do Tribunal e Registo Civil, vulgarmente conhecida durante muitos anos por rua da cadeia por a mesma ali ter estado instalada, e hoje, com o nome de Rua Prior Francisco Jorge de Melo

No dia 5 de Maio de 1953 o então presidente de Câmara, Coronel Artur Moreira, alertava em sessão de Câmara que estava em perigo o legado deixado em testamento, no qual seria beneficiado a Misericórdia desta Vila, o que não seria aceitável dada a carência de um prédio para nele se poder instalar os Paços do concelho.

Não seria razoável que a Câmara perdesse esta oportunidade de acrescentar ao seu modesto património um prédio que apesar de necessitar de obras de adaptação e ampliação para nele se poder instalar os Paços do Concelho, deixando livre o edifício onde se encontravam.

No mesmo edifício onde a Câmara se encontrava instalada já se encontrava o Tribunal de Julgado, a Secretaria Judicial e a Conservatória do Registo Predial. A Autarquia ao deixar o edifício livre onde se encontravam, podia o mesmo ser destinados na totalidade aos serviços dependentes do Ministério da Justiça, que já ocupavam algumas dependências.

A Câmara deliberou favoravelmente o pretendido, dando plenos poderes ao Presidente para o cumprimento do estipulado no testamento.

No dia 1 de Setembro de 1953, era acordado por unanimidade a elaboração de um projecto, bem como a contracção de um empréstimo à Caixa Geral de Depósitos, para o custo das obras no valor de cento e sessenta mil escudos amortizável em 15 anos.

Na sessão de 2 de Março de 1954 foi autorizado um pedido do vice-presidente da Câmara para que fosse alugado um primeiro andar de um prédio da Calçada de Santo António com o número sete da Polícia que visava a instalação provisória de alguns serviços da Autarquia. A segunda medida seria instalar a presidência e a secretaria para o primeiro andar do mesmo, o que se concretizaria a 19 de Abril de 1954.

Finalmente a 8 de Dezembro de 1959, pelas 15 horas, realizou-se a tão desejada cerimónia de inauguração dos Paços do Concelho. Actualmente a mesma dá como morada a Travessa da Portela.

No edifício está um brasão feito em sienito esculpido pelo canteiro João Simão, um dos mais conceituados mestres da época que trabalhava a pedra de Monchique mais conhecida por Foaíte pelas suas características especiais.

Esta cerimónia contaria com a presença do então governador Civil de Faro, Dr. António Baptista Coelho, natural de Monchique, em representação dos ministros do Interior e das Obras Públicas entre muitos outros convidados.

Na ulltima foto de baixo o actual edifício Autárquico com a bonita idade de 48 anos que continua a sofrer, actualmente, inúmeras remodelações, as quais acabam por continuar a não satisfazer as exigências dos tempos modernos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Aqui está uma pagina brilhante para a História de Monchique. Estes temas são de louvar e só favorecem e valorizam o autor do blog e a sua terra.

Mauel Sequeira


Veja as fotos que se encontram, em baixo, no final do blogue!

Todas as fotos são referentes ao concelho de Monchique!

as mesmas são propriedade deste blogue e do seu autor

as mesmas são propriedade deste blogue e do seu autor