
A saudade é portuguesa, já muita gente o disse, e, pensa-se que a mesma se tenha formado com a influência de fenícios, de romanos, de godos e de mouros, que por este país andaram a senhorear. O que ela é, sentimo-la todos nós, mas às vezes mal a sabemos exprimir.
O poeta José de Steive tentou explicá-la da seguinte maneira: Imaginem a mistura de tédio, da dor, do remorso., e da alegria, uma gota dessa mistura é a saudade. Será? É uma gota (que se é muita passa da saudade a paixão). É alegria de ainda poder recordar. É remorso de não ter vivido melhor o momento saudoso. E é tédio e dor, a dor e o tédio que vem do cansaço de um momento que jamais renascerá.
Os portugueses levaram a saudade a todos os cantos do mundo, andou pela África, criou raízes no Brasil, e ficou pela Índia. Ter saudades de alguma coisa, ou de alguém, é quase como andar em busca de algo que ficou para trás, mas que se deseja ardentemente possuir ou reencontrar, e, quando as saudades são duradoiras o espírito adoece.
Em Portugal, num cantinho chamado Caldas de Monchique (Algarve) lugar paradisíaco onde a natureza foi pródiga e até hoje os homens inteligentes não destruíram aquilo que ela, com tanta arte, criou, lugar sobejamente conhecido, com a sua estância termal bastante remota, tendo D. João II usado as suas águas para tratamento da doença de que sofria (uremia), neste local existia, no principio do século, a “Janela da Saudade”.
Tentei investigar mas não consegui saber a origem deste facto. Quem sabe…se não terá sido algum amor que se finou, e que, aliado à saudade, ficou a janela como cenário.
Texto de: Maria da Glória Duarte Vieira (Odiáxere-Lagos).
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